terça-feira, 1 de março de 2011

Gestalt - A teoria da forma





A teoria de Gestalt deve o seu inicio a Max Wertheimer quando, numa viagem em férias de comboio em 1910, observou duas lâmpadas num sinal ferroviário que acendiam e apagavam sucessivamente criando um efeito visual uniforme curioso e digno de experimentação. Wertheimer, logo, tentou recriar controladamente a sua visão com um estroboscópio, luz e figuras em cartolina partilhando de seguida a experiência com Wolfang Kohler e consequentemente com Kuzt Koffka (que trabalhava com Kohler). Esta visão de Wertheimer foi a rampa de lançamento para o surgimento da escola de Gestalt cujos primeiros estudos realizados se debruçaram na organização da parte perceptiva consciente. Procederam à realização de experiências que procuraram estudar numa primeira fase os mecanismos fisiológicos e psicológicos da percepção assim como as relações do organismo com o seu meio estendendo-se posteriormente ao campo da memória, da inteligência, da expressão e da personalidade como um todo.
Dando continuidade aos trabalhos de Christian von Ehrenfels um dos pioneiros da Gestalt que realçou que o todo é diferente da soma das suas partes, estes psicólogos concluíram que o sujeito não assume um papel passivo no mecanismo de percepção, pelo contrário, existe um processo de assimilação, organização e contextualização por parte do Córtex Cerebral que influenciado por estruturas inatas age activamente no desenvolvimento deste mecanismo. Destes estudos resultaram um conjunto de leis que explicam o comportamento natural do cérebro no processo de percepção, ou seja, de que forma as partes da forma/imagem são agrupadas na percepção visual nomeadamente na diferenciação entre o todo e as suas partes.
Destaque-se a lei da proximidade, da continuidade, da semelhança, da simetria… A lei da proximidade explica que os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. A lei da continuidade explica que os elementos regulares, cadenciados produzem um efeito visual da forma de modo coerente e contínuo. A lei da semelhança explica que os estímulos quando semelhantes tendem a agrupar-se. A lei da simetria explica que as formas são mais perceptíveis quanto mais simétricas elas forem, as formas são mais facilmente identificáveis quando o eixo de simetria é vertical.



Ash, M.G. 1995.Gestalt psychology in German culture. Cambridge, UK. Cambridge University Press.
Dondis, D. 1998. La sintaxis de la imagen: Introducción al alfabeto visual. Barcelona. Editorial Gustavo Gili, SA.
Ginger , S. 1995. Gestalt uma terapia do contacto. São Paulo. Summos editorial. 38-42.
Ribeiro, J.1985. Gestalt terapia: refazendo um caminho. São Paulo. Summos editorial. 65-67. 

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